Cuba-no-longer-libre


Tropecei. Matei o meu pé. Fui ao hospital. Voltei. Mudei de quarto. Agora já não estou com o Sr. Cotão. Estou com duas novas amigas. A canadiana esquerda e a canadiana direita. São vermelhas e eu odeio-as. Estamos todas no piso 0. Não se deixem enganar, chama-se zero, mas entre a rua e o meu quarto existem 10 odiosos degraus. Há três dias que não saio de casa.

Hoje à noite, pus a cabeça fora do quarto e espreitei para o corredor. É muito mais fancy que o meu corredor anterior (o do the shining).

Recomendação para vida futura: saltar ao pé coxinho com um copo de água na mão não é boa ideia... a água cai (nota: isto foi uma descoberta pós-acidente).

Estão 4 graus


Hoje saí de casa de manhã não muito cedo e estava frio. Estava tanto frio que, quando respirava, saía tanto fuminho branco que me vi forçada a ligar para Avalon e pedir à Morgane para me vir indicar o caminho.

Estão 4 graus e ainda é Outubro. Coitadinhas das meninas que tiveram de guardar os biquinis e não podem ainda usar as botas de inverno. Apertão na bochechinha para elas.

Os 2 em Paris


Acabei de descobrir que não estou a viver sozinha neste quarto. Mora cá mais um senhor. Chama-se Sr. Cotão. É velho e já mora cá há algum tempo. Diz que me acha simpática e que não se importa que eu esteja cá, mas não acha muita graça à senhora da limpeza. Talvez seja por isso que se esconde debaixo da cama, sempre que ela cá vem. Tivemos agora uma conversa séria e decidimos que ele ficava mais aconchegadinho no caixote do lixo.

Quando a fome ataca


Eu ia limitar-me a deixar um simples comment, mas um faux pas desta magnitude merece ser mostrado ao mundo e publicamente humilhado.

Escreveu a minha amiga Caroca no seu blog, a propósito da sua agora frequente colocação de vídeos em vez de texto: é muito mais fácil ver do que estar a tentar escrever sobre determinadas coisas.

Podíamos pensar oh coitadinha, nunca leu muitos livros ou não sabe ler bem ou os pais não a incentivaram a pegar num livro d'Os Cinco ou até num dos ranhosos Uma Aventura. Podíamos pensar que tem uma vida agitada, que não tem tempo a perder com palavras, frases, pontos finais e vírgulas. Mas não. Não vamos pensar em nada disto. Porque, meus caros amigos, esta menina é licenciada em Línguas Estrangeiras Aplicadas. Esta menina passou 3 anos a ler livros e a escrever em 3 línguas diferentes (e está agora a fazer um mestrado, cujo nome ninguém ainda conseguiu decorar, numa área parecida) e teve sempre horários de fazer inveja a qualquer um.

Qual crise económica, qual quê? Isto, sim, é uma verdadeira crise humana!


Querida Caroca, eu sei que só podias estar a provocar-me, quando escreveste esta frase. Vou acreditar que o fizeste, simplesmente porque querias que eu colocasse um postzinho novo aqui no blog. Na verdade, és uma alma caridosa. Colocas a tua imagem pública abaixo da tua necessidade de consumir posts novos do dc.

Por isso, deixo-te aqui promessas de adoração e amor eterno,

da amiga ritah

Venho comunicar

- que já por duas vezes me fizeram uma pergunta em inglês e eu respondi em francês (triomphe!)
- que já comi couves de bruxelas, courgette e couscous (a necessidade faz o hábito)
- que a Fi (e não EU que MORO CÁ!) viu a Naomi Campbell, quando esteve cá com o resto das lontras a visitar-me
- que possuo um my own personal Christianzinho












- que o meu corredor de residência é tão The Shining!












- que em Milão, Jesus está na net












- e que já sou capaz de tirar fotos e fotos e fotos sem refilar













muahahaha


Lidl


Aspecto desmazelado,
Prateleiras desarrumadas.
Num só corredor,
frente a frente e sem pudor,
açúcar e farinha,
botas de senhora e electrodomésticos para a cozinha.
Discreto numa grande avenida,
interior pequeno, mas cheio de vida.
Esteja em Espanha, França ou Portugal
pouco importa, a oferta é toda igual.
De cenário amarelo e azul, é certo que não arrasa,
mas, sem dúvida alguma, faz-nos sentir em casa.


Fui ao Louvre

... e, no primeiro piso, pensei no que todos estavam a pensar: em que é que estará a Mona Lisa a pensar. A minha aposta: assholes. Com aquele sorrizinho e um monte de macacos especados a olhar para ela, só pode. É claro que os Rubens e os Vermeers não tinham ninguém à frente, mas já a parvalhona da Gioconda sem sobrancelhas tem um perímetro enorme de cordãozinho de veludo vermelho marcado, para que ninguém ouse respirar sobre ela.


... e, no piso zero, pensei que todos os franceses devem achar que Jesus era anorético. Em portugal, ele pareceu-me sempre em boas condições físicas (fora a parte de estar... preso à cruz), mas, aqui, o coitado tem sempre as costelinhas à vista.