Resoluções para a nova década

1. ganhar o euromilhões
2. reformar-me
3. despedir-me (caso a 1ª não se realize e, consequentemente, a 2ª também não)
4. deixar de pensar dez vezes por hora, durante o trabalho, quem me dera estar na cama
5. deixar de acreditar que as pessoas são nicezinhas à partida - TODA a gente quer a fatia maior do bolo (ou então querem duas)
6. deixar de acreditar que andar com chapéu de chuva é para pussies e começar a chegar a casa SECA
7. deixar de deitar a língua de fora às criancinhas que vêm com os pais para o trabalho (ao que parece, não é muito educativo)
8. ir todos os dias da semana ao ginásio
9. deixar de fazer piadas ridículas como a resolução anterior
10. deixar de fazer listas



Minto. Nunca faço resoluções. Ano novo, vida IGUAL. Face it.
Felicidades

Razões pelas quais é difícil concentrar-me no trabalho

O som da colega a rapar exaustivamente a embalagem do iogurte até ao fim, ao ponto de ficar um minuto a bater com a colher contra as paredes do recipiente, na esperança de que haja mais um milímetrozinho cúbico que seja de iogurte, que vai ser tão pequeno, tão pequeno, tão pequeno, que desaparece ao mínimo contacto da colher com a língua e não chega sequer a ser engolido.

O som adamastoresco do meu estômago com fome, seja cedo, seja tarde, ROOOOAAAARRR!

O sempre preparado trautear do John Smith - assim que um telemóvel começa a tocar, ele acompanha a música (quer tenha letra ou não). Trinta vezes por dia you got me begging you for mercy em falseto...

Rita 101

Há uns aninhos atrás, descobri que não sou amada pelas portas automáticas. Desenvolvemos uma relação ódio-ódio. Se são de abrir e fechar, é garantido que me vou ver obrigada a esbracejar freneticamente em frente aos sensores (tal qual wacky waving inflatable arm flailing tube men), para que as portas dêem por mim. Ou então, se as apanho abertas, elas, como por vingança, fecham-se sobre mim, agredindo ombros e braços (true story).

A grande novidade são as portas giratórias (automáticas também). A moda, agora, é elas pararem de rodar no preciso instante em que estou lá dentro (i.e. só consigo sair, quando chega outra pessoa).

Depois ainda perguntam porque é que sou corrosiva...

#2

Rita tinha percebido, desde há algum tempo, que existiam certos tipos de estupidez que lhe causavam dor física. Irritava-a profundamente quando John Smith, seu colega de trabalho, numa atitude incrivelmente ridícula e causadora de choque, dizia coisas como ai, mas está tão escuro aqui, hoje! vou acender mais luzes! E, assim seguia ele, no seu passo efeminado, em direcção aos interruptores, sem lhe passar sequer pela cabeça que abrir os estores talvez fosse melhor ideia, dado que eram duas da tarde e estava uma forte luminosidade na rua.

Pessoas que deviam ir morrer longe

- pessoas que põem fotos em fato de banho no facebook e outras redes similares

- pessoas que vestem fato de treino ao domingo e não estão, claramente, a fazer exercício

- pessoas que provam a fruta no supermercado

- pessoas que falam com o telemóvel encostado ao ouvido em público sem perceberem que ele está em alta voz

- rapazes que usam o babyliss da mãezinha

Long live Lisboa

Queridos habitantes de todos os sítios que não Lisboa,

Venho dizer-vos que sinto muito. Até há pouco tempo, falava sem total certeza, quando dizia que adoro Lisboa e que tudo o resto era fraco. A partir de hoje, digo-o já sem qualquer dúvida.

Viver num sítio onde todos os homens usam boina e, com probabilidade de 80%, têm mais de 65 anos, onde as pessoas que apanham o mesmo comboio que nós nos oferecem o meio pão que já não querem comer e a revista cor-de-rosa que já acabaram de ler (a troco de conversas profundas sobre os filhos que moram na capital), onde as pessoas dizem númaros e onde a partir das 21h30 da noite não se vê qualquer ser vivo na rua é demasiado tortuoso para qualquer pessoa. Salvem-se e fujam para cá, enquanto houver espaço nos subúrbios.

Gripe B

Estudos recentes realizados pelo Departamento de Estudos e Estatística do dear chiclete concluíram que a maior parte da população portuguesa sofre do síndrome ODT - overdose de despedidas ao telefone.

Utilizar apenas um vocábulo é algo que não chega para o indivíduo português. Este não consegue dizer unicamente até logo ou boa noite e desligar o telefone. O português prefere utilizar uns 3 ou 4 termos de despedida, no mínimo. Esta situação ter-se-á agravado, nas últimas duas décadas, com a introdução do beijinhos e do ciau (aka tchau, na versão popularucha).

Seguem-se alguns exemplos reais, recolhidos no dia 13/11/09, entre as 10h e as 16h.

Exemplo 1: ciau, beijinhos, até logo, adeus.
Exemplo 2: um beijinho, adeus, até já, com licença.
Exemplo 3: ok, então vá, beijinhos, ciau, até logo [mini-pausa] ciau-ciau, até amanhã.

4 anos a encher papel cor de rosa

Querido dear chiclete,

Se este título te parece vagamente familiar (e certamente parece, porque já o escrevi, numa versão muito parecida, há uns anos atrás), é porque estás a ficar velho. Não deves ficar triste ou menos confiante por já seres crescido, porque, na verdade, ninguém gosta de crianças irritantes que se vestem de cor de rosa e que refilam a torto e a direito.
Num arredondamento completamente levado ao limite, vamos assumir que a tua idade se mede em anos de cães e que, como tal, tens agora mais ou menos 21 anos. És jovem. Vigoroso. Fresco e frontal. Tiveste agora os teus 15m de fama e não deixaste que te subissem à cabeça. Estou orgulhosa de ti. Continua.

Feliz aniversário!



Thank you all for visiting:) Come back soon! (please!)


A ciência do Como está?

Queridos amigos, conhecidos e sinistros alheios que googlam o meu nome completo na net, hoje, trago-vos um pequeno ensinamento. Na verdade, trata-se mais de uma luz sobre o inferno de obrigações sociais no qual qualquer pessoa semi-interessante e responsável se vê diariamente envolvida. Aqui vai:

A questão como está? tem uma e uma só resposta.
Ninguém quer saber que estão cansados, porque dormiram pouco na noite anterior e que, por causa disso, acordaram tarde, perderam o comboio, tiveram que vir de metro e, consequentemente, andaram uma data de metros à chuva. Ninguém quer saber se vos dói a anca ou o braço, nem se os tratamentos que andam a fazer e vos custam um dinheirão não andam a dar resultado. Ninguém quer saber se não gostam do vosso trabalho, ao ponto de sentirem que vão desmaiar ou ficar cegos devido ao aborrecimento mortal que vos causa estar a preencher células de excel que depois passaram para um powerpoint, para o qual o vosso chefe olhou durante apenas um minuto e meio, apesar de vocês terem demorado três a fazer aquilo.
Ninguém. Quer. Saber.

A questão como está? tem uma e uma só resposta. Bem obrigada.