Separados à nascença

A meia noite do Natal sabe-me sempre a uma valente bebedeira. Inebrio-me de presentes e de doces até não poder mais, subo para um nível de histeria e alegria nunca antes visto e caio na cama, adormecendo no segundo seguinte.
Dia 25, acordo com uma sensação de falta e em sofrimento. O cérebro grita pela emoção de abrir mais presentes e de saborear mais guloseimas. Mas nada vem. Apenas o dissabor dos sonhos no-longer-fofos e do envelope perdido debaixo da árvore, que revela uma ou duas notas de baixo valor.
Arrasto-me para o quarto e ultrapasso a tristeza sem vontade.